As travestis e mulheres trans e o Movimento LGBT: dever de memória e reconhecimento da atuação de travestis e mulheres transexuais na conquista por direitos civis

  1. Náila Neves de Jesus
  2. Rita Maria Radl-Philipp
Actas:
Congresso Internacional e Congresso Nacional Movimentos Sociais & Educação

ISSN: 2525-4588

Ano de publicación: 2021

Volume: 1

Páxinas: 1-10

Tipo: Achega congreso

Resumo

Este trabalho tem como objetivo realizar um ensaio crítico a partir da categoria de dever de memória desenvolvida pelo filósofo francês Paul Ricoeur, aplicando este conceito na problemática que envolve as mulheres trans e travestis e sua atuação na luta histórica pelos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) bem como o silenciamento do protagonismo dessas indivíduas na memória oficial do movimento. O dever de memória é uma categoria inserida no nível ético-político da memória obrigada e se designa como um trabalho de reconhecimento e reparação a grupos que sofreram opressões advindas de grupos hegemônicos e até mesmo a partir de ações percebidas como violentas do Estado por meio de políticas públicas e até mesmo reconhecimento de datas e celebrações de mártires. É a justiça responsável por outorgar publicamente aos que outrora foram oprimidos o direito de ter suas memórias reconhecidas perante a memória oficial. Em se tratando do objeto aqui exposto, entende-se que o dever de memória atua como aparato da justiça no reconhecimento do protagonismo dessas pessoas em todo o ativismo e luta pelas conquistas em direitos ao acesso a cidadania, saúde, emprego, educação, entre outros, alcançadas pela população LGBTI+ ao longo da história do movimento.