Educação ambiental na Amazôniaun estudo sobre as representações sociais dos pedagogos nas escolas da rede pública municipal de Castanhal-Pará (Brasil)
- Rodrigues de Andrade, Francisca Marli
- José Antonio Caride Gómez Director
- Marcos Antonio Dos Santos Reigota Co-director
Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela
Fecha de defensa: 12 de novembro de 2014
- José Manuel Sabucedo Cameselle Presidente
- Germán Vargas Callejas Secretario
- María Novo Villaverde Vogal
- José Gutiérrez Pérez Vogal
- Marília Andrade Torales Campos Vogal
Tipo: Tese
Resumo
A Amazônia brasileira, secularmente, é vítima de um modelo político, econômico e educativo escolar que tem, estrategicamente, atuado para ocultar a apropriação descontrolada de suas riquezas naturais. Em tais estratégias persistem a invisibilização da população local, a desvalorização da sua cultura e, especialmente, a desqualificação dos seus saberes. Todas estas questões têm reforçado uma rede de exclusão social, reflexo da problemática ambiental na que se insere a sua realidade. Neste contexto, surge o nosso interesse em adentra-se na realidade cotidiana amazônica para desvelar os significados atribuídos à Educação Ambiental, ressaltados, nesta pesquisa, no seu objetivo principal de (re)conhecer as representações sociais de Educação Ambiental que orientam as práticas pedagógicas escolares e comunitárias dos professores, com formação em Pedagogia, que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental na rede pública municipal de Castanhal-Pará, Brasil. O seu aporte teórico e metodológico foi orientado por contribuições da pesquisa qualitativa, mais precisamente da Teoria das Representações Sociais na sua abordagem etnográfica. Recorremos ao questionário, complementado pelos grupos de discussão e pela observação para coletar as informações da investigação, na qual participaram 121 docentes. Os resultados mais significativos evidenciam a interrelação das três dimensões que constituem as representações sociais. Na primeira, informações, ressaltam-se os discursos difundidos pelos meios de comunicação de massas, que se constituem como uma das principais fontes de acesso à Educação Ambiental entre os pesquisados; a fragilidade dos programas educativos universitários em incluir a questão ambiental e a dimensão cotidiana dos povos amazônicos nos processos de formação de professores; a constante presença dos discursos oficiais nas práticas pedagógicas escolares, resultado das relações de saber-poder. Na segunda, campo de representações, mostra-se a compreensão da Educação Ambiental associada à realidade cotidiana amazônica, a partir dos problemas ambientais que nela se apresentam; a ressignificação do conceito, pautada nos elementos histórico-culturais da região; a elaboração das concepções de Educação Ambiental que refletem as identidades dos sujeitos da pesquisa, especialmente no modo em que as definem como naturalistas, integradoras e antropocêntricas. Na terceira, práticas sociais, enfatiza-se o interesse pela Educação Ambiental, refletido nas práticas pedagógicas e comunitárias cotidianas, destacam os diferentes modos de realizá-la; a relação com a Natureza, como artefato históricocultural socialmente construído; as normas institucionais e os discursos ideológicos, presentes nas principais fontes de acesso à Educação Ambiental, que revelam-se em suas práticas pedagógicas e nas suas proposições de ações, enfatizando as concepções presentes em suas representações sociais. Em todas essas dimensões identificamos a importância atribuída à Natureza amazônica e o interesse dos sujeitos da pesquisa pela Educação Ambiental. Igualmente, foi possível desvelar as suas representações sociais, os elementos simbólicos que as constituem e o modo em que estas são materializadas em suas vidas e práticas cotidianas.